domingo, 22 de dezembro de 2013

UM POLICIAL PARA O NATAL

 
 
É natural que, durante algum tempo, eu mantivesse a montra deste blogue sem qualquer alteração. Pudera! Tinha em exposição o meu próprio romance policial e era uma forma de mostrar ao passante - ou, eventualmente, aquele que mudasse do outro passeio da rua para este - a montra com esse meu trabalho publicado.









 
Acontece que estamos no Natal e há que alindar a montra com os artefactos atinentes à quadra. Ora, nada melhor do que expôr um romance policial dedicado, ainda para mais escrito por esse mestre da literatura policial que foi Georges Simenon.
Surge, desta feita, o livro da formidável Colecção Vampiro (o nº  426), precisamente intitulado "Um Natal de Maigret". Para ser mais preciso, trata-se de duas novelas e um conto do famoso escritor, cuja acção se desenvolve no Natal. Na primeira, o Comissário enfrenta um Pai Natal muito estranho que, entrando no quarto de uma criança, lhe oferece uma boneca e, em seguida, levanta as tábuas do sobrado "para ver o menino do andar inferior". Na segunda, o caso prende-se com alguém que percorre as ruas de Paris a partir os vidros dos alarmes dos postes telefónicos. O terceiro, que é um conto, relaciona-se com prostitutas, tudo isto no Natal.
Posto isto, um FELIZ NATAL para todos.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O LIVRO É NOTÍCIA

 
 
Um livro nem sempre é notícia. Quando o é, acontece naqueles jornais que ainda prezam os valores da cultura e que, como disse a minha personagem no post anterior, não se importam se foi o cão que mordeu o homem se foi o homem que mordeu o cão.
Dos três semanários da Guarda, dois anunciaram o lançamento - "O Interior" e o "Terras da Beira", remetendo-se "A Guarda" ao silêncio (dos inocentes). Do próprio lançamento, o "Interior" foi aquele que destacou uma jornalista para o evento e foi, através dela, que saiu a notícia reproduzida acima, em página ímpar e no interior do semanário, a cores.
É certo que, para alguma imprensa, só contam as notícias "práticas", predominantemente interessantes as dos dramas de faca e alguidar, acidentes mais ou menos aparatosos, a escorregadela de um político ou as galhetas que um envinagrado deu num parceiro quando estavam no jogo de cartas. É a imprensa que adoram as "mulheres do soalheiro".
Felizmente, há os jornais que abarcam todo o espectro da vida social, política, economica, cultural e desportiva. E é esses que continuarei a comprar e a ler, porque para "mulher do soalheiro"... só tenho o soalheiro, em dias de inverno.
Não estranhem eu vir aqui dizer isto, mas levem o "desabafo" em tom de notícia, porque relata a factualidade impressa e não impressa; relevem a frontalidade com que o digo, porque sempre - e em todas as ocasiões - consegui dizer aos próprios em privado aquilo que, depois, repetiria em público.
 
 
 
O HOMEM QUE "ACORDOU" O FURACÃO
"A mulher que sabia tudo" marca a estreia de Santos Costa no romance policial.
Sara Quelhas
"É um rapaz jovem, solteiro e não muito fiel". São estas as palavras que Fernando Santos Costa, nascido em Trancoso em 1951, utilizou para descrever o protagonista do seu primeiro romance policial, um inspetor tributário. "Não vejam nele nada de Santos Costa", brincou o autor, que pautou a apresentação de "A mulher que sabia tudo", que decorreu na "cidade bandarra" no sábado, pela partilha e troca de impressões com quem estava habituado a lê-lo noutra "pele".
A obra, editada pela Chiado Editores, surge depois de meia centena de livros de história, monografia, ficção e etnografia, muitos dos quais em banda desenhada; e em ainda cerca de 200 contos "cor-de-rosa" numa revista semanal. No entanto, o novo livro é a confirmação do gosto por este género, que já motivara a reunião das quase 700 obras da coleção Vampiro: "Gosto muito de romance policial, pois desafia o leitor a participar na história", confessou Santos Costa, que recusa comparações com o personagem principal, que também é narrador. "É uma extensão da minha imaginação", evidenciou o investigador, que escolhe "Hurricane" (Furacão) da banda 30 Seconds to Mars, como a música aglutinadora do decorrer da ação.
Um sequestro, um morto, uma mulher bonita e uma estação de metro precipitam-se no desenrolar da trama, em que o inspetor tributárioo se encolve numa investigação particular para descobrir os culpados. Mas o autor deixa um aviso:"Ele está habituado a crimes fiscais, não a crimes de sangue", comentou. "Tive a ousadia de escrever e propor este livro, pelo que espero que chegue à leitura com todo o agrado possível", referiu o escritor, votando que "a leitura faça esquecer momentos menos bons da atualidade". O "palco" é a cidade de Lisboa, um ambiente citadino que contrasta com a gente do povo que "habita" obras anteriores.
O livro foi apresentado pelo ex-diretor distrital de Finanças da Guarda Fernando Anciães, que trabalhou com Santos Costa na repartição de Trancoso, nos anos 70. "Era funcionário público por profissão, mas por vocação já era artista e escritor", frisou Fernando Anciães, elogiando o "interesse em divulgar tanto a cultura como as figuras históricas do concelho, que lhe deve muito". O ex-diretor distrital testemunhou a sua leitura das obras prévias do trancosense, salientando o "humor sadio" e a "capacidade de ver os pormenores que muitas vezes passam despercebidos". Apesar de entender que as características se mantêm, o interveniente defende que "A mulher que sabia tudo" "introduz algo inovador; ele lançou-se neste mundo e saiu-se bem". "Li de uma assentada, o que diz da qualidade",vincou.
 
Esta notícia também pode ser lida em:
 

 
 
Uma outra notícia pode ser lida em:
 


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A(O) PERSONAGEM ESCREVE SOBRE O AUTOR




Não sei se a alguma personagem foi dada a oportunidade, pelo seu autor, de se expressar, nem isso me interessa. No meu caso, o autor, deu-me liberdade para dizer, por mim e por ele, o que acho deste seu último romance, onde sou protagonista e parte.
Como saberão todos os que leram ou que eventualmente irão ler o livro, eu não estou identificado pelo nome - opção apenas do autor, que me contrariou -, mas todos perceberam que eu sou colega dele, no activo, enquanto o escritor já passou à reserva. Logo, estou à vontade para dizer o que penso e deixar-lhe aqui alguns conselhos pertinentes; e ele, se bem entender na sua casmurrice, deve ter em conta.
O Primeiro. Cem livros que ele venha a publicar, sem convites e sem lançamentos será o meu conselho. Convidar este mundo e o outro para só aparecerem os amigos, que de facto o são, para pagarem o livro, não se faz! É como convidar esses mesmos amigos para almoçarem em casa dele e cada um pagar o próprio almoço.
O Segundo. Se cair na esparrela de continuar a "convidar", que o faça através de uma comunicação com o título de Evento. Como sabem, o Evento é o deus romano que representa o Acaso, que se complementa com as divindades Fado e Destino. A apresentação de um livro que assim se designe integra-se no âmbito do Acaso, da Disponibilidade e da Amizade, factores que preenchem ou deixam sem ocupantes as cadeiras de um auditório; e evitam que os fotógrafos, num misericordioso jogo de enquadramentos, preencham a imagem apenas com as cadeiras ocupadas.
O Terceiro. Se persistir no Evento, que esteja atento às promessas do editor, não vá acontecer, como neste caso, que os convites e os cartazes prometidos, não tenham chegado, obrigando o pobrezinho a imprimir à pressa, a preto e branco, quarenta convites, dos quais apenas distribuiu, como carteiro e no dia anterior, apenas vinte e cinco. Para além de provar a sua inaptidão para trabalhador dos CTT, fez 25 apresentações prévias da obra, o que limita o tempo disponível para a tarefa.
O Quarto. Antecipadamente - e sem dizer para quê - procure indagar no círculo de amigos, os dias em que estão disponíveis, uma vez que, por Acaso de ambas as partes, agenda o lançamento para alturas em que os ditos não estão legitimamente disponíveis. Ora bem, eu vou ser sincero: se me convidassem para almoçar, com o intuito de eu pagar o almoço e ser servido por uma refeição que eu nem sequer escolhi, era capaz de arranjar uma piedosa escusa justificável. No caso dele, até teve sorte: apareceram pessoas que nem sequer tinham sido convidadas.
O Quinto. Se quiserem remeter um "press release" para anunciarem nos jornais locais, regionais ou nacionais, como notícia, o dito Evento, procurem pagar do próprio bolso a publicidade, porque isso é, para a maioria, a "não notícia", do género daquela do cão que mordeu o homem e não do homem que mordeu o cão. Os "media" não consideram a cultura notícia, a não ser que o escritor se imole, na praça pública, com a sua obra e uma garrafa de gasolina, se houver roubo de um quadro, se o maestro agredir com a batuta o pianista ou o realizador de cinema apalpar, em público, as nalgas da actriz principal. Por isso, paguem a publicidade. Lá diz o provérbio: " quem quer bolir com a moça, bole com o pé e com a bolsa".
O Sexto. Sigam o pensamento de Fernando Pessoa: "Que me pesa que minguém leia o que escrevo? Escrevo-me para me distrair de viver, e publico-me..."
O Sétimo. Este é o conselho para todas as personagens de todas as obras dos escritores e para os respectivos leitores. Nem tudo o que lá vem é verdade ou ficção. É o bestunto do autor a trabalhar. No meu caso - e pesa-me dizê-lo - calhou-me este Santos Costa, que não beneficiou a minha imagem, não consegue espalhar a minha fama e, ainda por cima, quase me enxovalha com os convites. Por isso, remato com a adaptação de um ditado popular: "Nem bois de cornos grandes, nem editoras grandes, nem burro que faz "im",nem escritores que escrevam o que este escreveu de mim, nem mulher que sabe latim e das que mijam em pé livre-nos Deus e dominé".

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

LANÇAMENTO DE "A MULHER QUE SABIA TUDO"

 
 
Pois ele aí vem…
Aproveito o “press release” para deixar aqui a pré-notícia do lançamento.
Decorrerá no auditório do Pavilhão Multiusos de Trancoso, pelas 16,30 H do dia 7 de Dezembro, o lançamento do livro “A MULHER QUE SABIA TUDO”, da autoria de Santos Costa, escritor e investigador de Trancoso. A obra será apresentada pelo Dr. Fernando de Jesus Anciães, ex-director distrital de finanças da Guarda.
Trata-se de um livro de ficção, caracterizado como policial, que pretende também promover a imagem expedita dos funcionários dos impostos, neste caso os inspectores tributários, uma vez que o personagem, envolvido acidentalmente numa investigação criminal, acaba por descobrir os culpados. Ora, o que tem isto de difícil, sabendo que a inspecção tributária, que se manifesta na descoberta de crimes fiscais, consegue detectar casos mais intrincados nas escritas mais abstrusas e dissimuladas?
Disse um anterior director geral dos impostos (que é agora ministro da Saúde), numa reunião que teve, em Lisboa, com os chefes dos serviços, o seguinte: "Até ser director-geral desta casa, não sabia que alguém pudesse fazer várias coisas ao mesmo tempo. Os funcionários dos impostos, podem."
O livro está escrito com um humor sadio e desenvolve-se a um ritmo frenético, pois o seu enredo tem lugar na actualidade. Em “A Mulher que Sabia Tudo”, Santos Costa dá largas à imaginação e percorre, com o seu “colega” de profissão, uma teia de encontros e desencontros, verdades, meias verdades e mentiras, para levar a personagem a uma conclusão: a mulher sabia tudo. Não seria para admirar, pensará o leitor após a leitura do livro, pois, por vezes, as mulheres até sabem demais (esta expressão foi oferecida pelo meu Amigo Jorge Magalhães).
Olhem, é o primeiro livro policial deste autor que assina também neste blog...
 Sinopse:
Um sequestro, um morto, uma mulher bonita e uma estação do metro, são os ingredientes iniciais para um funcionário das Finanças se ver enredado numa teia que nada tem a ver com impostos. Pelo meio, um intrincado naipe de suspeitos de um crime, cujos predicados não formavam um concentrado de bondade, a que não faltou uma frenética busca de luxúria, volúpia e êxtase.
Ao investigar a morte de um rico industrial e de uma tentativa frustrada de assassinato, naturalmente fora do âmbito das suas faculdades profissionais, mas forçado pelas circunstâncias, o trabalhador dos impostos viu-se a interrogar uma série de suspeitos. Teve de recorrer a alguns subterfúgios e outras manhas, que não constam dos compêndios da arte de tributar, e correu o risco de abandonar a cena numa maca do 112.
Tudo começou num dia em que a meteorologia previa céu muito nublado e aguaceiros. Para o nosso técnico fiscal, armado em detective policial, aquele não tinha sido um dos seus dias felizes. Envolvido nesta aventura, o inspector tributário, expondo o corpinho ao manifesto, podia gabar-se de ter sido parvo uma vez na vida… e foi esta. Parvoíce que o sujeitava a pagar um preço muito alto, com IVA incluído.
 Para quem aprecia a simbiose da música com a escrita, ouso recomendar a canção HURRICANE dos “Thirty Seconds to Mars”, encontrada, por exemplo, aqui - http://www.youtube.com/watch?v=BQJpSUEpuRg. É esta que eu enquadro nesta minha obra de ficção.
Para os que não receberam convite – e nem é preciso recebê-lo ou apresentá-lo, mesmo para o coffee-break – deixo-o também pregado nesta página.


 


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

IAIN PEARS - O AUTOR E A PERSONAGEM








Tenho a dizer, em primeiro lugar, que não li uma grande parte dos livros da minha biblioteca, mormente os livros do género policial. Por isso, não se irão admirar se vos disser que, só agora, li este, embora o possua há 11 anos.
É um livro da autoria de Iain Pears, traduzido e publicado na famosa - e saudosa -  Colecção Vampiro (nº653), que tem, como particularidade, uma das personagens,a qual participa na investigação de roubos de obras de arte ( o roubo de um quadro de Claude Lorrain), exercer a profissão de historiador de arte.
Isto não passaria de uma nota suplementar, não fosse o próprio autor, Iain Pears (um inglês nascido em 1955), ser ele próprio historiador de arte.
Este parece ter sido o seu sétimo e último romance até agora publicado desta série com este personagem (historiador de arte) chamado Jonathan Argill, o qual trabalha com dois outros investigadores do Italian Art Squad: Flavia DiStefano (a sua mulher) e o General Taddeo Bottando.
É certo que um escritor está mais à vontade quando utiliza a personagem que lhe equivale na profissão, porquanto os conhecimentos técnicos e empíricos permitem-lhe sentir-se "como peixe na água". É precisamente isso que eu fiz com o meu primeiro - e em breve publicado - romance policial, quando apresento o meu "detective" com a profissão de inspector... tributário.


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

MARGERY ALLINGHAM



 
 
Trago hoje a esta montra mais uma escritora de romances policiais - Margery Allingham (1904-1966). Trago precisamente este título, que não é o de maior referência na sua obra de 19 livros - porque a curiosidade da tradução é deveras curiosa.
No original, o livro "Dancers in Mourning", publicado em 1937 - versão inglesa - tem como título americado "Who Killed Chloe?"




 
Em Portugal, e pelo prelo da edição Livros do Brasil (Coleção Vampiro), levou o título "Morte na Mansão Branca", editado em 1990, depois de esta escritora ter merecido anteriormente, uma outra tradução de outro romance, na mesma colecção, "estrada para a Morte" (Mystery Mile), o livro onde iniciou o seu detective Campion, ainda de forma embrionária, como personagem secundária.
Margery recebeu o primeiro pagamento por um texto seu com apenas 8 anos, uma espécie de direitos de autor recebido de uma pequena história publicada numa revista que uma tia dirigia. Aos 19 anos, publicou o seu primeiro romance, mas só aos 23 iniciou a temática policial, com o livro "The White Cottage Mystery".
A sua última obra, publicada depois da sua morte, foi concluída pelo seu marido Philip Youngman Carter.




quinta-feira, 17 de outubro de 2013

LUGARES ESCUROS



Depois do sucesso de "Em Parte Incerta", chega ao nosso país a obra "Lugares Escuros", da autora Gillian Flynn e com a chancela Bertrand.

Lugares Escuros foi considerado um best-seller do New York Times, um dos favoritos dos críticos da New Yorker, a primeira escolha do Chicago Tribune na área da ficção e o livro de escolha para o verão da Weekend Today.

Sinopse:
Libby tinha sete anos quando a mãe e as duas irmãs foram assassinadas no «Sacrifício a Satanás de Kinnakee, no Kansas». Enquanto a família jazia agonizante, Libby fugiu da pequena casa da quinta onde viviam e mergulhou na neve gelada de janeiro. Perdeu alguns dedos das mãos e dos pés, mas sobreviveu e ficou célebre por testemunhar contra Ben, o irmão de quinze anos, que acusou de ser o assassino.
Passados vinte cinco anos, Ben encontra-se na prisão e Libby vive com o pouco dinheiro de um fundo criado por pessoas caridosas que há muito se esqueceram dela.
O Kill Club é uma macabra sociedade secreta obcecada por crimes extraordinários. Quando localizam Libby e lhe tentam sacar os pormenores do crime (provas que esperam vir a libertar Ben), Libby engendra um plano para lucrar com a sua história trágica. Por uma determinada maquia, estabelecerá contacto com os intervenientes daquela noite e contará as suas descobertas ao clube… e talvez venha a admitir que afinal o seu testemunho não era assim tão sólido.
À medida que a busca de Libby a leva de clubes de striptease manhosos no Missouri a vilas turísticas de Oklahoma agora abandonadas, a narrativa vai voltando atrás, à noite de 2 de janeiro de 1985. Os acontecimentos desse dia são recontados através da família de Libby, incluindo Ben, um miúdo solitário cuja raiva contra o pai indolente e pela quinta a cair aos pedaços o leva a uma amizade inquietante com a rapariga acabada de chegar à vila.
Peça a peça, a verdade inimaginável começa a vir ao de cima, e Libby dá por si no ponto onde começara: a fugir de um assassino.

E mais não digo, porque ainda não comprei o livro.

sábado, 12 de outubro de 2013

O TOURO ETRUSCO


No dia do meu aniversário, em 1987, foi-me oferecido, entre outros, este livro da autoria de Frank Gruber e com o título de "O Touro Etrusco". Tinha sido inserido na colecção "Clube do Crime" , das Publicações Europa-América, cabendo-lhe o nº 58.
Eu já fazia esta colecção a partir de "O Caso da Moldura de Ouro", de Peter Chambers, emparceirando as aquisições com a inevitável colecção Vampiro. Ao longo de dez anos de existência, a colecção deixou publicados 150 volumes, cerca de um quinto da Vampiro, nem todos tão interessantes e com a mesma qualidade de autores inseridos como os da colecção da Livros do Brasil.


Como possuo quase toda a colecção Vampiro, os 23 volumes deste autor (nascido em 1904 e falecido em 1969), tenho-os em minha posse. Do Clube do Crime, apenas possuo este exemplar de "O Touro Etrusco" e "O Caso da Herdeira Desaparecida".

terça-feira, 1 de outubro de 2013

QUANDO O CUCO CHAMA

 
 
Pelo título não diremos que seja um romance policial, mas é. Pelo nome do autor diríamos que se trata de um escritor, mas não é; trata-se de uma escritora. Por se tratar do primeiro romance no género, desta autora, diríamos ainda que é uma escritora em início de carreira, e também não é assim.
Em que ficamos?
Bem, se vos disser que se trata da escritora J.K.Rowling, a autora da saga Harry Potter,  estará tudo esclarecido. Quanto ao pseudónimo, Rowling afirmou,  desta maneira, a sua a origem:
“Escolhi Robert porque é um dos meus nomes masculinos preferidos, porque Robert F. Kennedy é o meu herói, e porque, felizmente, não o tinha usado em nenhuma das personagens da série Harry Potter”.
 
Gosto da capa. Faz-me lembrar aquelas belíssimas capas dos anos quarenta e cinquenta.
 
Quando o Cuco Chama - no original, The Cuckoo’s Calling

Autor - Robert Galbraith (pseudónimo)

 
Sinopse

Quando uma jovem modelo, cheia de problemas na sua vida pessoal, cai de uma varanda coberta de neve em Mayfair, presume-se que tenha cometido suicídio. No entanto, o seu irmão tem dúvidas quanto a este trágico desfecho, e contrata os serviços do detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra – com sequelas físicas e psicológicas – e a sua vida está num caos. Este caso serve-lhe de tábua de salvação financeira, mas tem um custo pessoal…
Um policial envolvente e elegante, mergulhado na atmosfera de Londres. Quando o Cuco Chama é um livro notável, um romance policial clássico na tradição de P. D. James e de Ruth Rendell, que marca o início de uma série verdadeiramente singular escrita por Robert Galbraith, o pseudónimo de J.K. Rowling, autora da série Harry Potter e do romance Morte Súbita.

Características

Ano de edição ou reimpressão: 2013
Editor: Editorial Presença
Dimensões: 160 x 240 x 29 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 496

Classificação: Policial e Espionagem

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O MEU ROMANCE POLICIAL


Interrompi a contribuição neste blogue, quando vinha, com alguma assiduidade neste princípio de carreira, a marcar presença com romances e autores policiais.
Acontece que, por motivos que se prendem com a revisão das primeiras provas do meu livro (de que mostro apenas o "lettering" da contracapa, por razões editoriais que eu me imponho), não dediquei o tempo necessário à administração e actualização deste espaço.
O livro está, como gosto de dizer, em plena "fornada", uma vez que já tive provas da capa, contracapa e badanas que, a seu tempo, também divulgarei.
Para já, quero antever (mas não profetizar, porque não possuo poderes sibilinos) o interesse dos amigos e daqueles que apreciam os livros de cariz policial e policiário, de forma a considerarem a posse de um exemplar desta minha primeira experiência no "ramo", consubstanciada em cerca de duzentas páginas. Para uns - ou para todos - a consideração que os leve a ler e, eventualmente, a criticar e a enfatizar, o que de bom, de mau, de excedente ou de minguado, a obra tiver. Porque a amizade não se faz após um aperto de mão, a convivência de tempo passado ou após um "muito gosto em conhecê-lo" ; aquela faz-se, muitas vezes, na distância, possivelmente até no clicar do "enter" no teclado à nossa frente.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

MAIS UMA ESCRITORA DE POLICIAIS - MIGNON GOOD EBERHART

 
 
Já referi a minha simpatia pelas mulheres que escrevem policiais; assim como já teci elogios às capas de Cândido Costa Pinto.

Sendo assim, trago dois livros da escritora americana Mignon Good (por casamento Eberhart), com uma vasta obra de sete dezenas de romances, dos quais apenas conheço, com tradução portuguesa, os dois editados pela Livros do Brasil - o nº 36 - Um Drama no Atlântico e o nº 76 -Um Cigarro Misterioso.
Vamos por partes.
A tradução do primeiro, - que foi traduzido directamente do original americano - esteve a cargo de Baptista de Carvalho. Estranho, porém, a tradução do título, que no original é "Five Passengers from Lisbon" e aqui ficou como "Um Drama no Atlântico". A coisa repetiu-se no segundo, desta feita traduzido pot Elisa Lopes Ribeiro, cujo título original é "Never Look Back" (Nunca Olhar para Trás) e verteu-se em português "Um Cigarro Misterioso".
As capas são quadros, designadamente a do "Cigarro Misterioso", que tem uma composição surrealista de grande qualidade. Como quadro, não o desdenharia numa parede.
Sobre a autora, que viveu até aos 97 anos (1899-1996), sabe-se que antes de começar a escrever romances policiais - o que fez quando tinha 30 anos - exerceu como jornalista freelance. Casou com um engenheiro, Alanson Eberhart, de quem recebeu o apelido, que nunca abandonou, mesmo quando se separou dele, em 1946, desta feita para casar com John Perry. Neste segundo casamento "aguentou" dois anos, findos os quais voltou para o primeiro marido, casando de novo com ele. Talvez, por isso, não tenha abandonado o apelido Eberhart nas suas obras.







terça-feira, 17 de setembro de 2013

CHANDLER, HAMMETT e DENBOW




Já aqui falei de Raymond Chandler e já falei também de Dashiell Hammett, ambos escritores de romances policiais. Imagine-se que, desta feita, vou falar destes escritores como personagens de um romance policial!
Se dúvidas houver, bastárá ler um livro suegstivamente intitulado "Chandler", tanto no original como nas traduções. É da autoria de outro escritor de romances policiais, William Denbow (pseudónimo de Georges Stiles), que resolveu envolver os dois colegas de arte nesta teia onde há violência e muito álcool.
Quase todas as críticas que li, em inglês, não são favoráveis, tais como esta, recolhida de Biil Crider:

The blurb on the back cover is from Peter McCurtin, who says, "A wild idea but it works. The writing is smooth, the action violent." The last statement is true. Everything else is a lie, including the words "a" and "the." (You know who I stole that from, right?) The writing is awful, and the idea doesn't work at all. If you want to find out why Hammett was such a success, read Chandler, where everything goes wrong. Instead being published by a big-name hardover house, Chandler came from Belmont-Tower, one of the really low-end paperback publishers.
Possuo um exemplar da edição portuguesa (e brasileira) das Edições Europa América, inserido na colecção Clube do Crime (nº7), de 1982.
Da sinopse, posta em contracapa, pode ler-se:
"Não existia a mínima cordialidade entre Dashiell Hammett e Raymond Chandler , dois dos maiores escritores que a América jamais produzira, mas quando Hammett foi ameaçado por um assassino vingativo, Chandler não hesitou em intervir, mesmo que não fosse bem-vindo. Hammett necessitava de auxílio, porque estava adoentado, bebia em excesso e não efectuava o mínimo esforço para se manter vivo. Chandler, à semelhança do seu herói - Philip Marlowe - muniu-se de uma pistola e preparou-se para um duro combate."
Pois bem, nem sei o que dizer sobre este aproveitamento de dois nomes da litaratura policial para se forjar um romance do género. A ideia pode ser boa, mas não me parece que o caminho para a atingir fosse o mais apropriado. Com personagens "reais", nunca se sabe onde começa e acaba a ficção. Há ali, nesta obra invocada, uns equívocos que baralham o leitor e não são efectivamente o retrato dos dois grandes escritores, pois ambos não saem  beneficiados desta fotografia tremida. A própria capa da edição americana traz a ilustração de um "Chandler" que não é mais do que a do actor Ralph Byrd, de Dick Tracy.
A tentativa não é inédita, pois há uma outra obra intitulada "Hammett" da autoria de Joe Gores, que eu não li.
Para não influenciar, deixo ao critério de quem quiser ler esta obra uma possível crítica. Talvez ainda alguém caia na ideia de querer fazer um romance policial onde entrem, como personagens do tablado escrito, Dick Haskins e Dennis McShade (para os menos atentos, pseudónimos dos escritores portugueses António Andrade Albquerque e Dinis Machado).
 


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PATRICIA HIGHSMITH, OS GATOS E O MISTÉRIO

 
 
Sempre me fascinaram as mulheres escritoras; mais me fascinam as mulheres que escrevem policiais e romances de mistério policiário; fascinam-me, sobretudo, as mulheres que gostam de gatos.
Patricia Highsmith adorava os seus gatos (na foto, com um siamês, que me lembra o meu "Fadista"), com quem vivia nessa solidão que se impôs, apesar de muitos romances conturbados na vida real, a maior parte com outras mulheres.
Era uma mulher bonita, talentosa e solitária. Essa solidão, que ela escolheu, permitia-lhe criações literárias de grande valor, fruto do seu talento e do seu método rigoroso de trabalho (impunha-se escrever dez páginas por dia).
Um dos grandes filmes de Hitchcock - Strangers on a Train (1950) - resulta precisamente dessa imaginação precoce e febril, que caracterizava os seus romances e contos policiais, onde o amor e o desamor seguem paralelamente ao crime e, a dada altura, se cruzam.
Há outra particularidade em Patricia que me agrada: gostava de banda desenhada. Segundo a biógrafa, Joan Schenkar,  durante sete anos, antes mesmo de se tornar famosa como romancista, Patricia Highsmith escreveu, em segredo, para clássicos de banda desenhada americanos, nos quais, no dizer da biógrafa " a figura do alter ego - basta pensar em Superman e Clark Kent - era a sua marca registada".

 De entre os livros que possuo de Patricia há um interessante exemplar da Colecção "Mestres Policiais" que a revista Visão resolveu editar no dealbar deste século XXI (2000). Fê-lo com tiragens assombrosas (100.000 exemplares), numa curiosa parceria com uma marca de chás. Essa colecção abriu com "O Álibi Perfeito",  título que é o da primeira de 5 belas novelas (ou contos), inseridas neste pequeno volume de 96 páginas, cartonado - o Álibi Perfeito; Não se Pode Confiar em Ninguém; Variações de um Jogo; Uma Segurança Assente em Números; Maquinações.
Boa iniciativa a da Visão; pena que não tivesse continuidade, independentemente dos apoios de chás, cafés ou laranjadas.


sábado, 14 de setembro de 2013

MAIGRET E O CLIENTE DO SÁBADO


Porque hoje é Sábado, nada melhor do que trazer a este repositório de romances policiais um dos livros de Georges Simenon, apresentado no nº 561 da Colecção Vampiro, com o título "Maigret e o Cliente do Sábado", edição com data de 1994, que me custou, na altura, 472$50 (cerca de 2,36 Euros), valor que não veio da memória, antes da anotação do livreiro, a lápis, na primeira página do livro.


Trata-se de mais uma das investigações do já muito celebrizado comissário da polícia Maigret, homem com grande poder de dedução e um grande apreciador de cerveja.
Em resumo (recolhido no verso da capa do livro, como o pode ser nas últimas páginas da edição anterior da colecção- "A Mina Fantasma", de Frank Gruber), "um certo Léonard Planchon tinha ido, pelo menos, cinco vezes procurar o comissário Maigret ao seu gabinete do Quai des Orfèvres e sempre num sábado à tarde. Passaram, por isso, a chamar-lhe o cliente do sábado. Mas como nunca fora bem sucedido, acabou por ir a casa do comissário e finalmente, embora atrasando o jantar do casal Maigret, revelou o motivo das suas insistentes visitas: "A minha intenção é matar duas pessoas: a minha mulher e o amante. Preparei tudo nesse sentido, estudei os mínimos pormenores para não ser apanhado..." E é assim que Maigret irá dar início a mais um dos seus casos investigando um crime que talvez não tenha sido cometido."
Posto isto, caso se opte por este - ou por outro - romance, boa leitura de fim de semana.








Ficam também reproduzidas capas de edições desta obra, naturalmente muita traduzida e divulgada, como todas as outras de Georges Simenon, um escritor de literatura policial que não dispensava o cachimbo (mais um).

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

ELIZABETH HAYNES

 
 
Fico sempre atento à literatura policial, principalmente quando o nome do autor corresponde ao género feminino. Acho que as mulheres têm uma especial capacidade de dedução e fantasia, uma proverbial imaginação - não fossem elas, todas elas, capazes de cativarem o mais bisonho do sexo oposto, desde o pelado Adão - a que aliam um bom senso natural, conseguindo apresentar-nos obras de grande valor literário e, no caso, policial.
Elizabeth Hines é um exemplo. Desse exemplo refira-se o facto de, no seu romance de estreia, arrebatar dois galardões: o Amazon Best Book of the Year 2011 e o Amazon Rising Stars 2011. E não admira que tenha sido bestseller do New Yotk Times.
Pelos vistos, a continuidade de Agatha Christie, Patricia Highsmith, Linda Howard ou Patricia Cornwell está assegurada por muitas senhoras, incluindo a Elizabeth.
A obra distinguida foi lançada, em Portugal, pela Editorial Presença (Junho de 2013), com o título "No Canto Mais Escuro" (Into The Darkest Corner), cujo enredo se resume à história arrepiante de Catherine Bailey, uma jovem independente e bem-sucedida, que se deixa envolver numa relação amorosa abusiva que se vai pervertendo ao ponto de colocar a sua própria vida em risco. Num jogo psicológico extremamente artificioso e doentio, Lee Brightman, um homem lindo e carismático, vai seduzindo e dominando Catherine. Com uma estrutura narrativa inteligente, a autora dá-nos a conhecer o antes e o depois, a forma como uma relação deste tipo pode transformar uma mulher alegre e confiante numa mulher destroçada, subjugada por um medo constante.
 
A Elizabeth Haynes tem um site e um blog, que pode ser visto em http://www.elizabeth-haynes.com/
 
 

À entrada, ela recebe-nos com as boas vindas e diz-nos:
" Thank you for taking the time to visit my web site. My books are now published in more than 30 countries around the world and in over 20 languages with more due for release.

My first novel Into the Darkest Corner was published by Myriad Editions in February 2011 and was featured on Channel 4′s TV Book Club. It was selected as one of Amazon UK’s Rising Stars and went on to win Amazon UK Best Book of 2011."



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

AS CAPAS - DASHIEL HAMMETT - COL. VAMPIRO




















Quando vejo um livro policial numa prateleira, numa montra ou em qualquer outro tipo de escaparate, a primeira impressão apelativa é a capa. Normalmente, considera-se que havendo uma pistola ou uma faca, uma mancha de sangue e um cadáver, o género da literatura está identificado. Nem sempre é assim, nem sempre a iconografia policial deve ser assim.
No entanto, hoje trago aqui uma capa que me impressionou bastante, pois é da autoria de Mestre Lima de Freitas (1927-1998), pintor, ilustrador, ceramista e escritor. Trata-se do nº 152  da Colecção Vampiro - "O Homem Sombra" (no original "The Thin Man") - que tem os elementos atrás referidos: um cadável (para impressionar mais, feminino e com sangue) e, na sombra, o "presumível" (é assim que se obriga a dizer) assassino, com a arma na mão. O negro da personagem, a meio corpo e de costas, encontra e dilui-se no negro das tarjas da chancela e da identificação da colecção. O título e o nome do autor, trabalhados pelo Mestre, inserem-se no corpo do "presumível" assassino, com duas cores predominantes, para a lém do negro sobre o branco: o vermelho e o azul.
Podemos comparar esta capa com outras edições. Para mim, a de Lima de Freitas, é a melhor.